segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Abre! Não abre!


O endereço era no Leme. Como não tinha aonde estacionar, o marido ficou no carro enquanto ela foi buscar as chaves da casa que haviam alugado, na Região dos Lagos, para passarem as férias de verão com as crianças.

Entrou no prédio, pegou o elevador. Quando chegou ao sexto andar, percebeu que a porta estava trancada. Pela janelinha de vidro, viu uma senhora que lhe disse “Abre!’, quando ela disse “Não abre!”. A cena se repetiu algumas vezes, ela dizendo “Não abre!” e a senhora dizendo”Abre!”. Irritada, ela apertou o P e desceu. Chegou no carro assustada com a imagen da senhora repetindo “Abre!”, toda vez que ela dizia “Não abre!”

A caminho de casa, mais calma, ela se deu conta de que não havia senhora alguma!
Era apenas seu reflexo no vidro. E caiu na gargalhada!

domingo, 11 de janeiro de 2009

O milagre e a medicina

Todas as sextas-feiras ele ia buscá-la na porta do Instituto de Educação; nesse dia, quando ela saiu, ele estava agarrado ao poste! Não sentia as pernas!
O soro que tomou, dias antes, após ser mordido por uma cobra, no sítio em Guapi-mirim, estava fora do prazo de validade. Ele ficou paralítico.

Para não incomodar os pais, ele se arrastava até o banheiro. Estava desenganado. A paralisia já começava a tomar conta do lado esquerdo e, quando chegasse ao coração, seria fatal. Havia, porém, uma droga nova, mas sem garantias.

Chorando na janela, ela olhava a igrejinha de Santo Antônio, toda iluminada. Pediu a Deus um sinal: se ele fosse ficar bom, queria que uma luzinha se apagasse. Viu uma luz piscar, mas achou que era ilusão de ótica. Foi então que, enxugando mais uma lágrima, viu todas as luzes apagarem e acenderem novamente!

Ele ficou bom! Graças à fé e à cortisona!

Esquinas trocadas…



Ela deu o ultimato: o futebol ou eu!
Domingo, dia de Fla-Flu. Ela marcou um encontro bem na hora do jogo. Ele não apareceu. Ela se casou com o outro, que a mãe fazia gosto.

Trinta anos se passaram. Ela foi trabalhar na biblioteca do bairro.
Uma colega se espantou com seu nome tão original. Contou que tinha uma amiga que odiava esse nome: o marido vivia dizendo que sua xará tinha sido a única mulher que ele amou na vida!
Não podia ser! O destino pregando peças! Ela tinha que encontrá-lo mais uma vez!
Ele estava careca e barrigudo... na mesma hora pensou que tinha sido até bom ele não ter ido ao encontro.

“Mas eu fui!”, ele respondeu!

Só que em outra esquina...

sábado, 10 de janeiro de 2009

Uma barra de chocolate Kri...



Você vinha pelo pilotis, com o braço esticado, me oferecendo um pedaço. E eu te pedi a primeira carona. Você parou no Bob’s para tomar um Sundae e depois me deixou na casa do meu namorado.


Estrada de Búzios pra Cabo Frio. Depois de passar o dia em Geribá com meu namorado e mais um casal de amigos, tomando cerveja, eu precisava fazer xixi. Vinha no carro, tentando dormir, mas pensando aonde você poderia estar naquele feriado. Paramos em frente a uma loja de biquinis. De repente, do nada, um carro parou atrás do nosso e você veio em minha direção, de novo com um chocolate Kri na mão. E meu coração bateu mais forte. Coincidência? Destino? Só sei que ali, naquele momento doce, descobri que te amava!

Nosso caso durou pouco! Você era livre, criou asas e foi pro céu!

Partiu sem dizer adeus...

“É, você não parece ser tão maluca!”
Foi assim que ele se apresentou!

Colegas de trabalho, viramos grandes amigos.

Ele era a pessoa que eu mais confiava no mundo.

Sabia que era apaixonado por mim, ele não cansava de repetir... mas eu não queria arriscar perder sua amizade!

As vezes nos reuniamos na sua casa, os amigos. Da turma, ele era o único que morava sozinho. O apê tinha dois quartos, mas eu dormia na cama dele quando ficava tarde e eu não queria atravessar o túnel. Trabalhava ali ao lado, era conveniente.


Sei que ele queria, mas nunca tentou me seduzir.
Me respeitava! Acho que posso dizer que me amava!

Será que abusei do respeito, brinquei com seus sentimentos?

Uma festa, um áquario.


O barulho da água do chuveiro me fez um convite.
Seduzi meu melhor amigo.
Acordei atrasada, assustada, mas cheia de planos... de repente, um vazio... a noite passada se transformou em sonho... ele se foi como se nunca tivesse existido!